sábado, 2 de janeiro de 2010

AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E O PROCESSO DE ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES DOCENTES


Rosangela Soldatelli

Artigo que traz uma análise de fundo sobre as condições de trabalho sob o sistema capitalista e, mais especificamente, dos trabalhadores docentes da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis.

Este artigo traz uma reflexão sobre o trabalho numa concepção marxista. Procura discutir como o homem se materializa através dele, fazendo um paralelo entre o trabalho desenvolvido dentro das fábricas com o trabalho desenvolvido pelos professores de escolas públicas.

Este trabalho, que na sociedade capitalista está associado diretamente à acumulação do capital, degrada vidas e famílias, destrói o meio ambiente, a saúde de homens e mulheres. E é neste contexto que o artigo também quer avaliar como as condições de trabalho têm interferido no processo de adoecimento dos trabalhadores, destacando em especial os professores.

Com o objetivo de exemplificar nossa discussão, vamos utilizar como foco os professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Florianópolis. E, em sendo trabalhadores do serviço público, este artigo discute também o papel do poder público na sociedade capitalista.

Buscaremos resgatar o que as leis trazem sobre condições de trabalho, quais deveriam ser essas condições e como realmente estão. Apontar quais lutas os professores desenvolveram através do seu sindicato para melhorar essas condições, não esquecendo que é impossível estudar o trabalhador docente hoje, sem entendê-lo dentro da sociedade capitalista, sociedade de divisão de classes, de exploração da força de trabalho. E mais, qualquer discussão, cujo objetivo seja superar os problemas enfrentados por esses trabalhadores, precisa necessariamente ser acompanhada de discussões que apresentem perspectivas de superação dessa sociedade onde esse trabalhador está inserido.

Introdução

A saúde do trabalhador, em especial do trabalhador público, tem despertado o interesse e preocupações em especialistas das áreas de saúde, psicologia e trabalhista. Nesse contexto de trabalhador público, os professores têm merecido foco de pesquisas e atenção tanto no Brasil como fora dele.

Direcionando nosso olhar para o trabalhador professor de escola pública, poderemos distinguir dois caminhos distintos de pensamento: se é um professor descrevendo, ele se verá como um trabalhador que adoece mais que todos os outros, que sofre pressões psicológicas e emocionais mais que qualquer outro, com direitos trabalhistas piores que os outros, e principalmente, não se contextualiza na sociedade capitalista, e, portanto, não sofre todas as conseqüências dessa relação.

Se a descrição for feita por alguém que não é professor, alguém que olha a escola de fora, não entende porque tanto sofrimento. Não tem o patrão do lado, não sofre exploração do trabalho, passa o dia com crianças que é algo positivo, enfim, não entende porque tanto sofrimento, tantos afastamentos médicos, tantas readaptações.

Este artigo quer dialogar sobre o trabalho realizado em uma fábrica com o trabalho realizado por um professor de escola pública, pois ambos trabalhadores estão adoecendo, apesar da forma de trabalho ser aparentemente bem diferente.

Compreender o que aproxima os mais variados trabalhos na sociedade capitalista e como se comporta o poder público nessa relação é fundamental para que possamos entender a exploração da mão-de-obra nesses variados trabalhos e principalmente como buscar saídas.[...]

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