sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Classe Média





Classe Média

Max Gonzaga
Composição: Max Gonzaga

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Porque devemos boicotar o ENADE!

João Westin {Militante da Juventude Revolução - JR}
contato: joaowestinjr@yahoo.com.br

Neste ano, aproximadamente 722 mil estudantes foram selecionados para realizar pelo 5º ano consecutivo o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). A prova será aplicada no dia 09 de novembro às 13h.

Participará do ENADE uma amostra de alunos ingressantes e concluintes dos cursos de graduação em: Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Sociais, Computação, Engenharia, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia, Química e nos cursos superiores de tecnologia em: Construção de Edifícios, Alimentos, Automação Industrial, Gestão da Produção Industrial, Manutenção Industrial, Processos Químicos, Fabricação Mecânica, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Redes de Computadores, Saneamento Ambiental.
O ENADE é um dos elementos do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES), instituído pela lei 10.861 de 2004. O SINAES é um mecanismo pelo qual o governo regula e supervisiona as universidades e cursos, sendo a auto-avaliação, a avaliação externa, avaliação dos cursos de graduação e o ENADE. Tais modelos de avaliações são muito superficiais e ainda por cima este sistema é subordinado à Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), que está majoritariamente ligado ao governo e dependente do aval do presidente. Ou seja, o governo é quem manda e desmanda nessa comissão e sabemos que as prioridades deste governo de coalizão de Lula com PMDB, PTB, PRB, PP, PR; são os bancos, o sistema financeiro, o pagamento da dívida pública e a manutenção de uma estabilidade econômica fictícia.

Com certeza, educação não está entre as prioridades. E assim se dá início a Reforma Universitária do governo Lula, na qual é invertida a prioridade, pois se investe no setor privado e não no público, fato este que fica explícito e evidente em decretos como o REUNI e nos projetos de leis como as PPP’s, PROUNI, Lei de Inovação Tecnológica e SINAES.
O SINAES visou substituir o falecido Provão, criado em 1995 pelo governo de FHC, pois a legislação educacional obriga o poder público a avaliar as universidades e cursos superiores.
Mas vemos que não há muitas diferenças entre os modelos de avaliação, pois ambos não combatem o sucateamento da educação superior e tende ainda mais a mercantilização do ensino. Para se ter como base; entre os anos de 1994 a 2006 o número de universidades particulares saltou de 659 para 2.022 e de universidades públicas, pasmem, de 192 para 248.

Como podemos afirmar houve um escandaloso aumento de Universidades particulares em um curto período, que tiveram o caminho facilitado para sua abertura, sem nenhum critério, e agora, o MEC cria uma avaliação para nivelar todas, ou seja, que se abra primeiro e depois nós vemos o que fazer com a educação superior. E segue essa linha também com a criação de novas Universidades Públicas, sem nenhuma garantia de dotação orçamentária para a efetivação da qualidade do ensino, bem como garantia de assistência estudantil. E o estudante só depois de passar por um sistema perverso que é o vestibular, descobre a canoa furada que entrou.
Para passar credibilidade ao “estudante/cliente”, nada como criar uma pseudo-avaliação que eleve perante a sociedade os conceitos de uma determinada Uni-esquina que objetiva o lucro, pois são nelas que estão matriculados a grande maioria dos estudantes. E é para isso que surge o ENADE, que herdou do Provão o critério de ranqueamento e avaliação do estudante.

O ENADE difere do Provão em alguns singelos pontos, como: no ENADE a prova é realizada em uma amostragem de estudantes ingressantes e concluintes de alguns cursos que se revezam durante 3 anos, no Provão todos os formandos de todos os cursos; no ENADE há 30% de conhecimentos gerais e 70% de específicos do conteúdo da prova, no Provão somente havia perguntas especificas.

O ENADE para legitimar a precaridade da educação superior brasileira, avalia apenas os estudantes e transfere para estes toda a responsabilidade da qualidade de ensino. Além de não considerar a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Avaliar apenas os alunos é insuficiente, devem-se avaliar as Universidades como um todo, respeitando as especificidades de cada instituição, diversidades curriculares, e as regionalidades. Deste modo o ENADE desrespeita a autonomia universitária didática e científica.

O desempenho do estudante é expresso numa escala que varia de 1 a 5. Essa fórmula favorece a competição e o ranqueamento das instituições, mas na prática não expressa nada. Os resultados do ENADE são divulgados sem o menor esclarecimento e são jogados pela mídia de forma enganosa, já que está ligado á outras etapas do SINAES, ou seja, o governo joga peso no ENADE. Os rankings passam a servir de referência para saber se uma escola é boa ou ruim.
Assim, ao invés de fiscalizar de fato as universidades, o MEC dá a elas o conceito “A” para que elas possam pregar nos outdoors, anunciar em propagandas, enganando milhões de estudantes, deixando-os a mercê de todo tipo de pilantragem.

A intenção do governo federal e dos tubarões do ensino superior é impor um modelo padronizado para cada curso, adequando às necessidades do mercado de trabalho.
Esta avaliação possui além do caráter classificatório; o punitivo, pois o estudante é obrigado a comparecer, caso não apareça não recebe o diploma; e também é superficial, pois não se identifica os pontos falhos para serem trabalhados e não avalia todo o processo de ensino\aprendizagem. No momento em que se resume a da avaliação em uma prova para ser feita em poucas horas, já está se privilegiando o conhecimento mensurável, valorizando claramente uma educação tecnicista.

Um dos objetivos do poder público é usar o ENADE como pretexto para direcionar mais recursos para as melhores colocações no ENADE - e menos recursos para as demais – com pior desempenho, sendo que o óbvio deveria ser incentivar mais os cursos defasados, mas fazem com que esses cursos mal qualificados consigam recursos junto a PPP’s, seguindo a lógica da privatização. É preciso mostrar o que está bom, apontar os problemas percebidos e sugerir soluções. A avaliação tem que ser feita não para punir quem está mal e premiar quem está bem, mas para transformar.

É necessário um sistema de avaliação que contribua para a melhoria das instituições no sentido de universalizar as vagas nas instituições públicas com qualidade.
Além disso, existem escolas criando cursos pré-ENADE e disciplinas voltadas para realização da prova, na expectativa de melhorar o desempenho, ao invés de investir na melhoria da formação de profissionais competentes e críticos.

O SINAES prevê a concessão de bolsas, por parte do MEC, para os estudantes melhor avaliados no ENADE. Ao invés de se aplicar a assistência estudantil plena, o Governo aplica uma falsa ilusão, como pôde ser comprovado em 2006 quando foram concedidas somente 20 bolsas em mais de milhares de estudantes.

A Universidade tem papel fundamental na formulação da crítica e na transformação da realidade social em que vivemos, vem sendo tratada com descaso pelo governo. O conceito de Universidade vem sendo substituído pela mera formação de mão-de-obra.
O processo de avaliação dentro da lógica mercantilista, punitiva e ranqueador desvirtuam o papel do Estado como financiador da política educacional para transformá-lo num mero regulador de mercado.

Fazer o ENADE é aceitá-lo como instrumento de avaliação, bem como ser conivente com a política e modelo educacional que o Governo implementa.
Por isso, nós da Juventude Revolução nos somamos a Federação de Executiva de Cursos e a UNE e chamamos a todos para que boicotem o ENADE.

O boicote deve servir para que se crie uma avaliação que de fato identifique os problemas e contribua para solucioná-los. Para que se possa avançar ruma a uma Universidade de qualidade para todos.

Para boicotar você deve comparecer ao local da prova pontualmente, assinar a lista de presença, colar o adesivo da campanha ou fazer um zero grande na prova e entregá-la. Sua nota não constará no histórico, não será divulgada e seu diploma será entregue, independente da nota na avaliação, de acordo com a legislação.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Flaskô



A Flaskô é uma fábrica ocupada pelos trabalhadores em Sumaré - SP. O vídeo acima mostra vários relatos desses trabalhadores sobre o que pensam em relação a ocupação, abaixo segue o link do blog da luta dos trabalhadores:

http://www.defenderaflasko.blogspot.com/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Racismo e cotas raciais

A Constituição Federal, no seu Artigo 19, estabelece que: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. O Artigo 208 dispõe que: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.

“Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, deficiência física ou mental, por ter cumprido pena nem por qualquer particularidade ou condição”.

Porém os defensores das cotas alegam que o princípio da igualdade de todos perante a lei exige tratar desigualmente os desiguais.

Os negros são a maior parcela dos oprimidos no Brasil e nós sabemos que o racismo é uma arma da classe dominante para dividir nossos irmãos trabalhadores, por isso é fundamental que nós nos organizemos para combater aqueles que querem perpetuar o regime da exploração e sua repugnante ideologia racista. A luta contra o racismo é a luta contra a sociedade de classes e, portanto contra o capitalismo. Basicamente, é o abismo existente entre o proletariado e a burguesia e tudo que vem associado a eles, e não a cor, que limita o acesso ao ensino superior.



A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006 informa que 9,41 milhões de estudantes cursavam o ensino médio, mas apenas 5,87 milhões freqüentavam o ensino superior, dos quais só uma minoria de 1,44 milhão estavam matriculados em instituições superiores públicas. As leis de cotas raciais não alteram em nada esse quadro e não proporcionam inclusão social - ou seja, não se criou mais vagas em universidades federais ou particulares, e acaba beneficiando as universidades particulares que passam a ter seus bancos desocupados preenchidos e ganham imensos incentivos, fiscais e financeiros do governo, incentivos esses que deveriam ser aplicados a rede publica de ensino - Elas apenas selecionam “vencedores” e “perdedores”, com base num critério altamente subjetivo e intrinsecamente injusto, abrindo cicatrizes profundas na personalidade dos jovens, naquele momento de extrema fragilidade que significa a disputa, ainda imaturos, por uma vaga que lhes garantam o futuro.

Difunde-se a promessa sedutora de redução gratuita das desigualdades por meio de cotas raciais para ingresso nas universidades. Nada pode ser mais falso: as cotas raciais proporcionam privilégios a uma ínfima minoria de estudantes de classe média e conserva intacta, atrás de seu manto enganosamente inclusivo, uma estrutura de ensino público arruinada. Há um programa inteiro de restauração da educação pública a se realizar, que exige políticas adequadas e vultosos investimentos. É preciso elevar o padrão geral do ensino, mas, sobretudo, romper o abismo entre as escolas publicas gratuitas de qualidade, quase sempre situadas em bairros de classe média, e as escolas devastadas das periferias urbanas, das favelas e do meio rural. O direcionamento prioritário de novos recursos para esses espaços de pobreza beneficiaria jovens de baixa renda de todos os tons de pele e, certamente, uma grande parcela daqueles que se declaram “pardos” e “pretos”.

A meta nacional deveria ser proporcionar a todos um ensino básico de qualidade e oportunidades verdadeiras de acesso à universidade. Mas sem fundamentá-las em medidas paliativas que todos sabemos acabam ser arrastando e tornando-se “provisórias permanentes”

Queremos um Brasil onde seus cidadãos possam celebrar suas múltiplas origens, que se concretizam na criação de uma cultura nacional, aberta e tolerante, no lugar de sermos obrigados a escolher e valorizar uma única ancestralidade em detrimento das outras. O que nos mobiliza não é o combate à doutrina de ações afirmativas - aqui entendidas como esforço para cumprir as Declarações da Constituição, contribuindo na redução das desigualdades sociais - mas a manipulação dessa doutrina com o propósito de racializar a vida social no país. As leis que oferecem oportunidades de emprego a deficientes físicos e que concedem cotas a mulheres nos partidos políticos são invocadas como precedentes para sustentar a admissibilidade jurídica de leis raciais. Esse segundo sofisma é ainda mais grave, pois conduz à naturalização das raças. Afinal, todos sabem quem são as mulheres e os deficientes físicos, mas a definição e delimitação de grupos raciais pelo Estado é um empreendimento político que retrocede a conquista do reconhecimento científico da existência de uma única raça: a humana.


Operários, de Tarsila do Amaral: um retrato da miscigenação brasileira

Segundo Sérgio Pena* (2008)

“O fato assim cientificamente comprovado da inexistência das ‘raças’ deve ser absorvido pela sociedade e incorporado às suas convicções e atitudes morais Uma postura coerente e desejável seria a construção de uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada. Temos de assimilar a noção de que a única divisão biologicamente coerente da espécie humana é em bilhões de indivíduos, e não em um punhado de ‘raças’.”

Nos Estados Unidos, modelo por excelência das políticas de cotas raciais, a abolição da escravidão foi seguida pela produção de leis raciais baseadas na regra da “gota de sangue única”. Essa regra, que é a negação da mestiçagem biológica e cultural, propiciou a divisão da sociedade em guetos legais, sociais, culturais e espaciais. De acordo com ela, as pessoas são, irrevogavelmente, “brancas” ou “negras”. Eis aí a inspiração das leis de cotas raciais no Brasil.

Há 45 anos Martin Luther King** abriu um horizonte alternativo para os norte-americanos, ancorando-o no “sonho americano” e no princípio político da igualdade de todos perante a lei, sobre o qual foi fundada a nação. As cotas raciais nos Estados Unidos não contribuíram em nada para reduzir desigualdades, mas aprofundaram o cisma racial que marca como ferro em brasa a sociedade norte-americana.

“Quem exatamente é branco e quem é não-branco?”,é a pergunta que paira sobre o sistema de cotas norte-americano e no caso da lei racial que pretende-se implantar no Brasil algo ainda mais utópico “quem exatamente é negro e quem é não-negro? A linha divisória só se consolida pela validação oficial da auto-declaração dos candidatos, num processo sinistro em que comissões universitárias investigam e deliberam sobre a “raça verdadeira dos afros” jovens a partir de exames de imagens fotográficas ou de entrevistas identitárias. No fim das contas, isso equivale ao cancelamento do princípio da auto-declaração e sua substituição pela atribuição oficial de identidades raciais.

Leis raciais não ameaçam uma “elite branca”, conforme esbravejam os racialistas, mas passam uma fronteira brutal no meio da maioria absoluta dos brasileiros. Essa linha divisória atravessaria as salas de aula das escolas públicas, os ônibus que conduzem as pessoas ao trabalho, as ruas e as casas dos bairros pobres.

Neste início de terceiro milênio, um Estado racializado estaria dizendo aos cidadãos que a utopia da igualdade fracassou – e que, no seu lugar, o máximo que podemos almejar é uma trégua sempre provisória entre nações separadas pelo precipício intransponível das identidades raciais. É esse mesmo o futuro que queremos?



*Geneticista e medico; professor titular do departamento de bioquímica e imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais.

**“Eu tenho o sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação na qual não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”


Zâmbia Santos, militante da Juventude Revolução e do Movimento Negro e Socialista

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Disputa Interna no PT

João Diego Leite

Candidatos falam sobre eleições, planos partidários e crise no senado

No dia 22 de novembro o PT realiza o processo de eleição direta (PED) para renovar as direções do partido. Três candidatos disputam a presidência do PT de Joinville: Moacir Nazário, Irio Corrêa e Umberto Mafra.

Moacir Nazário é da Esquerda Marxista, mesma tendência do vereador Adilson Mariano. Segundo Nazário, sua candidatura representa a retomada dos princípios que fundaram o PT. “Defendemos a classe trabalhadora e acreditamos no futuro socialista da humanidade”, afirma o candidato.

Para Nazário, a verdadeira coligação do PT, nas próximas eleições, deve ser com o povo. Segundo o candidato, as coligações com os partidos de direita como o PMDB, PP e o PDT só servem para as elites. “Essas coligações são como você pegar o café, leite e açúcar e misturar, perde-se a pureza, os princípios do partido”, afirma Nazário.

Umberto Mafra é da Esquerda Socialista, mesma tendência do ex-deputado Assis. Tendo boa relação com os outros grupos do partido, Mafra, acredita poder uni-los. Para ele sua candidatura representa, “o princípio da ética e da moralidade, o resgate do partido democrático ligado ao movimento social.”

Sobre as coligações, Mafra afirma que o PT deve priorizar uma coligação com os partidos de esquerda, mas para o governo federal, “deve considerar o PMDB."

Irio Corrêa é da Construindo um Novo Brasil, mesma tedência do prefeito Carlito Merss. Para ele sua candidatura representa, “a continuidade do sucesso do PT.”. Corrêa diz que após 29 anos, finalmente o PT conseguiu eleger um prefeito. “É esse êxito que nossa candidatura representa”, afirma o candidato.

Sobre as coligações, Corrêa diz que eles devem manter a atual base do governo e que já existem conversas com o PMDB e o PDT. “Só assim poderemos dar continuidade ao processo de desenvolvimento do governo", afirma o Candidato.

Crise no Senado

A crise no senado é também tema das campanhas dos petistas. Para Irio Corrêa, a crise é resultado do embate entre o PT e o PSDB. Para ele o PT tomou uma atitude correta em defender o Sarney. Sobre o caso do senador Mercadante, Irio afirma: “ele não entendeu a linha do partido, que era para defender o Sarney e manter a governabilidade.”

“Eu não voltaria atrás”, afirma Umberto Mafra, se estivesse no lugar do senador Mercadante. Ele diz conseguir se colocar no lugar de Mercadante, mas não o apóia em sua atitude.

Para Moacir Nazário, decidir renunciar a liderança do PT no senado e voltar atrás depois de uma conversa com Lula, foi um ato covarde. “Ele deveria ter mantido sua posição."

Embates passados

Os confrontos entre grupos existem desde a fundação do partido. Em Joinville, esse embate não é de hoje. A Esquerda Marxista já levou a disputa do PED para o segundo turno, em um confronto de Adilson Mariano contra Carlito Merss. Nas prévias de 2009, para decidir o candidato a prefeito, as tendências Esquerdas Marxista e socialista, apresentaram o nome do Bellini Meurer como candidato.

Fonte: http://www.minhacriticadacritica.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

07/10/2009

07/10/2009

GRANDES NOTÍCIAS PARA LULA, POUCAS REALIZAÇÕES PARA O POVO!

Jornal Luta de Classes 
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Editorial da edição nº 25 do Jornal Luta de Classes.
 

Na sexta-feira, 02 de Outubro de 2009, o Rio de Janeiro foi escolhido como sede da Olimpíada de 2016. O governo gastará nos preparativos para sua realização 26 bilhões de reais. O Brasil vai comprar aviões de caça, um projeto que custará 36 bilhões de dólares.

Comprará também submarinos, convencionais e nucleares, outro projeto que custará outros bilhões de dólares. E desde o início da crise o governo já repassou mais de 200 bilhões para os bancos.

Enquanto os grandes grupos econômicos comemoram estes bilhões de dólares que serão gastos do dinheiro público, os bancários amargam com um arrocho salarial, inclusive nos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica), levando-os à greve. Também os funcionários dos Correios (estatal) são forçados à greve para poder arrancar um reajuste salarial. Sim, estas greves vieram logo depois das greves de metalúrgicos e, de forma geral - aproveitando-se da diminuição momentânea do ritmo de aprofundamento da crise - milhares de trabalhadores se lançam às greves para arrancar maiores reajustes.

A vida, infelizmente, não está fácil. O desemprego continua e tudo o que foi recuperado pelos trabalhadores até agora não cobre o que foi perdido com a crise, ainda mais com a queda das exportações industriais e também com a queda geral na produção industrial do País.

A verdade é que o país está precisando destes bilhões, e muito mais que isso, para poder conceder aquilo que os trabalhadores e o povo pobre do país necessitam: Reforma Agrária, estabilidade no emprego, reestatização da Vale, Embraer, das Ferrovias, Telefonia, etc. O povo quer ver resolvidos seus problemas de moradia, saúde e educação. Para fazer isso Lula não pode seguir preso ao bloco de alianças com os partidos da burguesia. É necessário que ele rompa com essa aliança e se junte ao povo, aos trabalhadores organizados na CUT e MST, para impor as reivindicações e a soberania popular.

Mas Lula parece ignorar essas necessidades e declara: Sou governante dos ricos também. E tenho certeza de que eles estão muito satisfeitos porque ganharam muito dinheiro no meu governo. Mais do que no governo ‘deles’. (Valor Econômico, 17/09/2009).

Sim, ganharam mesmo, ganharam o dinheiro obtido na exploração e arrocho dos trabalhadores. O Censo Agrícola, produzido pelo governo, mostrou que aumentou a concentração fundiária no País e demonstra que, por exemplo, o feijão, na sua maior parte, vem das pequenas propriedades (que produzem, por exemplo, 70% do feijão do País).

Isso indica que os grandes latifúndios e agronegócios produzem para a exportação, concentrando as terras nas mãos de poucos. Contra isso há que se fazer a Reforma Agrária, para produzir e garantir alimentos mais baratos para todos.

Apesar de todas as conversas, o Brasil durante a crise da gripe suína, atingiu o índice de 12% do total de mortes em nível mundial (O Globo 08/08/09). Os hospitais estão cheios, o atendimento é de péssima qualidade e, pior ainda, no Rio de Janeiro em um hospital que não podia atender uma grávida o médico escreveu no braço da paciente o nome do ônibus que ela deveria pegar para chegar a outro local onde, talvez, pudesse ser então atendida. O bebê morreu.

O plano “Minha casa, Minha vida” baseia-se no simples aumento de crédito. Para quem não tem dinheiro, a oferta é muito limitada. Nas grandes cidades aumentam as favelas e as “guerras” pelos pontos de tráfico. As empresas demitem à vontade e o governo ainda lhes dá dinheiro. Sim, os patrões parecem poder tudo!

Contra isso os petistas devem reagir!

Precisamos de um outro governo do PT, com outra política e sem a burguesia e seus partidos. E em todo o mundo precisamos de uma política real de união de todo o povo trabalhador para preparar a única guerra que realmente vale a pena: a guerra contra os exploradores, a guerra para expropriá-los e construir o socialismo. Essa é a nossa batalha no PT e nos sindicatos!

No PED vote 190 e 290!
Junte-se à Esquerda Marxista!