quinta-feira, 6 de agosto de 2009

12° ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE REVOLUÇÃO (ENJR)

Nos dias 05, 06 e 07 de setembro de 2009 ocorrerá o 12° ENJR que se realizará na Fábrica Ocupada Flaskô (Sumaré-SP), e contará com a presença de jovens delegados e convidados de vários Estados do Brasil, para organizar a luta em defesa dos empregos contra as demissões, de vagas para todos na educação pública, e de um mundo socialista. Participe você também!

UMA CRISE DE SUPERPRODUÇÃO

Estamos diante de uma clássica crise de superprodução, característica do modo de produção capitalista. Uma crise onde a produção de mercadorias é maior do que a capacidade de compra das pessoas, os capitalistas produzem visando somente o seu lucro e não a necessidade popular. Segundo estudos a produção realizada hoje em dia é suficiente para acabar com a fome, porém o que vemos são milhões de seres humanos morrendo de fome todos os dias. Guerras, fome e miséria é a realidade do sistema capitalista.

Esse sitema criou essa crise e agora, para salvar o seu sistema ameaçado do colapso, precisam recompor suas perdas financeiras, destruir uma parte do que fizeram com a pirâmide financeira especulativa. Para isso se utilizam do Estado, o comitê central da burguesia, para “meterem a mão” no dinheiro público. Trilhões de dólares foram entregues pelos governos aos banqueiros e ás multinacionais. Durante a última década a juventude, os trabalhadores, e suas organizações cobraram do governo Lula mais verbas para educação, para a Reforma Agrária, para o emprego e para as reivindicações populares, a resposta foi sempre “não tem verba”. E agora vemos bilhões de dólares saindo dos cofres públicos do Brasil e dos grandes países do mundo para tentar salvar os capitalistas. Não têm dinheiro para as reivindicações da juventude e dos trabalhadores, mas têm dinheiro para a burguesia?

CAPITALISMO, O FEITICEIRO QUE JÁ NÃO PODE CONTROLAR OS SEUS PODERES INFERNAIS

O grande revolucionário e marxista russo, Leon Trotsky explica no Programa de Transição que “As forças produtivas da humanidade [toda capacidade de produção e desenvolvimento, incluindo as máquinas e o homem] deixaram de crescer. As novas invenções e os novos progressos técnicos não conduzem mais a um crescimento da riqueza material. As crises conjunturais, nas condições da crise social de todo o sistema capitalista, sobrecarregam as massas de privações e sofrimentos cada vez maiores. O crescimento do desemprego aprofunda, por sua vez, a crise financeira do Estado mina os sistemas monetários estremecidos.”

No passado, o capitalismo criou enormes forças produtivas, desenvolveu técnicas, máquinas, e levou progresso a vários cantos do planeta. Mas hoje todo o desenvolvimento que poderíamos alcançar e o potencial de avanços que a humanidade possui é barrada pela propriedade privada dos grandes meios de produção e pelos Estados nacionais. A concorrência entre as várias burguesias tendo como objetivo o lucro, ou seja a valorização do capital, resulta entravando o desenvolvimento e jogando os interesses econômicos dos burgueses como o determinante para o rumo da produção, levando a humanidade de tempos em tempo a crises catastróficas cada vez piores.

Hoje o sistema capitalista é o entrave para o desenvolvimento das forças produtivas. Mas ao mesmo tempo, este feiticeiro criou as condições para a revolução socialista: a burguesia reuniu milhares de operários em fábricas impondo-os a luta política, e também deixou de ser uma classe progressista. Só foi possível a derrubada do Feudalismo pelo capitalismo por que as relações feudais de produção deixaram de corresponder ao crescente desenvolvimento das forças produtivas. E “assistimos hoje a um movimento semelhante. As relações burguesas de produção e de troca, (...) assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar os poderes infernais que pôs em movimento com suas palavras mágicas. (...) a história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas modernas contra as modernas relações de produção, contra as relações de produção que condicionam a existência da burguesia” (Manifesto Comunista – Marx e Engels).

As condições objetivas para enterrar o capitalismo estão maduras, nossa tarefa é construir então as condições subjetivas, a organização revolucionária mundial, a Esquerda Marxista, a JR, e a Corrente Marxista Internacional. Entender o momento político, seus desdobramentos, estudar, formar e organizar a juventude, essa é a disposição do 12° Encontro Nacional da Juventude Revolução.

CONSTRUIR UMA GRANDE CAMPANHA EM DEFESA DOS EMPREGOS

O Manifesto Comunista de Marx e Engels explica que a burguesia só tem duas maneiras de sair das crises: “De um lado, pela destruição violenta de grande quantidade de forças produtivas; do outro, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. ” Ou seja, a burguesia para sair da crise que ela mesma criou precisa destruir as forças produtivas, como fechar fábricas e acabar com setores inteiros da produção, precisa conquistar novos mercados, concentrando capital com a fusão de mega empresas e destruição de empresas menores, e por fim, exploração mais intensa dos trabalhadores, tirando direitos e reduzindo o custo do trabalho.

Em outras palavras: fechamento de postos de trabalho com desemprego em massa e ataques aos direitos trabalhistas!

Estão certos os trabalhadores da Flaskô, Fábrica ocupada que resiste há 6 anos sob controle dos trabalhadores, ao afirmar: “Os trabalhadores não são responsáveis pela crise, pelo desemprego, pela miséria. Os patrões durante anos e anos tiverem lucros bilionários e quando vem a crise que eles mesmos causaram, não mais recolhem os impostos, nem os direitos trabalhistas ou previdenciários. Demitem os trabalhadores e quebram fraudulentamente ou fecham as empresas deixando os trabalhadores sem nada. Frente às ameaças patronais de demissão, fechamento, corte de direitos, é preciso organizar greves, manifestações e a ocupação das fábricas ameaçadas, exigindo que o governo Lula, eleito pelos trabalhadores, estatize as fábricas para garantir todos os empregos e evite a catástrofe social que os capitalistas organizaram.(Carta Aberta do Encontro Operário e Popular).

O próximo período será um momento difícil para os trabalhadores e para a juventude. Prepara-se um brutal ataque aos direitos e aos empregos. Neste momento o papel dos jovens revolucionários é ajudar os trabalhadores a defenderem seus empregos, e, portanto, o 12° ENJR deve lançar uma campanha nacional “Em defesa dos empregos, nenhuma demissão!”.

CONTINUAR A LUTA POR VAGAS PARA TODOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA, DE QUALIDADE PARA TODOS!

Em época de crise os ataques à educação pública se tornam mais intensos. Basta olhar o que se passa na Europa, onde na maioria dos países está se realizando reformas educacionais que privatizam a educação. No Brasil, o orçamento do Ministério da Educação junto com o Ministério da Ciência e Tecnologia já sofreu cortes de mais de R$ 2 bilhões, para enviar dinheiro aos capitalistas enfrentarem a crise. Sem contar os programas do governo como o REUNI, que amplia algumas vagas mas sem investimentos proporcionais; e a Reforma Universitária, que contém uma série de medidas que preparam a privatização de setores da educação superior. Pouco dinheiro para a educação pública, e muito dinheiro para os empresários da educação, basta ver a dinheirama derramada pelo PROUNI e o FIES nos bolsos dos capitalistas da educação.

Para a JR o centro da luta do Movimento Estudantil deve ser a de universalização do ensino público, portanto mais recusrso para a educação em todos os níveis, por isso o 12° ENJR dará um novo impulso na campanha “Vagas para todos nas Universidades Públicas!”. Não aceitamos paliativos e políticas que se apresentam como “democratização do acesso” mas que na realidade não criam uma só nova vaga. Assim é a política de cotas, que além de dividir as poucas vagas existentes, jogando um estudante contra o outro na disputa delas, vem acompanhado da política imperialista do “racialismo” (políticas publicas que determinam direitos e deveres segundo á cor da pele, religião etc.).

Querem nos impor uma identidade racial, dividir o povo brasileiro em “raças humanas”, como já fizeram em vários cantos do mundo, onde eles dividem para reinar. Está certo o Movimento Negro Socialista que explica: “Falam em cotas para negros em nome da igualdade, mas entregam bilhões de dólares aos banqueiros, especuladores e multinacionais e se recusam a implantar Educação e Saúde Públicas de qualidade para toda a população. (...) Nosso ideal não é de criar uma pequena camada social de negros “bem de vida” integrados ao sistema capitalista, mas a luta para realizar a verdadeira igualdade e a felicidade para milhões e milhões de homens e mulheres, qualquer que seja a cor de sua pele, e que hoje são lançados uns contra os outros em nome da “ordem e do progresso” para os capitalistas e seus serviçais. Combatemos a falsa idéia de “raças humanas” criada pelos fascistas e pretensos cientistas. (...) Nosso ideal é a igualdade entre os seres humanos, que só pode ser conquistada verdadeiramente com o fim do regime da propriedade privada dos meios de produção. “ (declaração da 3° Reunião Nacional do MNS).

Os jovens revolucionários devem explicar aos estudantes secundaristas e universitários que a batalha central é a de vagas para todos já e defesa da educação pública, fazendo a ponte entre essas lutas e a derrubada do capitalismo. É também tarefa do 12° ENJR impulsionar a luta pelo Passe-Livre Estudantil e a campanha “Fora Tropas Brasileiras do Haiti”. Impulsionar a construção de verdadeiros Grêmios-livres estudantis, Centros Acadêmico, e outras entidades estudantis, para que sirvam como verdadeiro instrumento de luta da juventude por um mundo com lazer, cultura, educação, trabalho e diversão, um mundo socialista!

Emprego para todos!

Educação Pública e Gratuita para todos!

Viva a luta dos trabalhadores e o socialismo!

Todos ao Encontro Nacional da JR (12° ENJR)!

12° ENJR - 05, 06, e 07 de setembor na fábrica ocupada Flaskô

Nenhum comentário: