sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DECLARAÇÃO DO 12° ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE REVOLUÇÃO


Somos jovens comunistas vindo das cinco regiões do país, reunidos no 12° Encontro Nacional da Juventude Revolução, realizado nos dias 05, 06 e 07 de setembro na Flaskô - fábrica ocupada há seis anos sob controle dos trabalhadores.


Como jovens militantes da Esquerda Marxista, acreditamos que a Flaskô é o exemplo vivo e é a prova de que os trabalhadores não precisam de patrão. Pois se os trabalhadores conseguem ocupar, organizar e fazer a fábrica produzir sem os patrões, significa que a classe trabalhadora pode organizar toda a sociedade sem os parasitas capitalistas.

A crise de superprodução que enfrentamos já destruiu milhares de empregos mundo a fora e concentrou ainda mais capital nas mãos de menos pessoas, ao mesmo tempo em que aumentou brutalmente a pobreza. Tudo é fruto do modo de produção capitalista, sustentado na propriedade privada dos grandes meios de produção.

O capitalismo é o responsável pela crise! E agora jogam os prejuízos da catástrofe econômica nos trabalhadores e na juventude. Com desemprego e destruição dos serviços públicos, em especial da educação pública.
Lutamos para fazer a mais ampla unidade, numa grande frente única em defesa dos empregos, por nenhuma demissão rumo à estabilidade.

Na educação somos nós, os filhos dos trabalhadores, os que enfrentam as maiores dificuldades. Há décadas os governos buscam gradualmente acabar com o financiamento público da educação, criando programas que tentam substituí-lo.

O Fundeb nem de longe resolve os problemas de financiamento da educação, mantendo o sucateamento e um índice assustador de evasão em que apenas 23% dos estudantes que entram no ensino fundamental concluem o Ensino Médio!

Dos que passam do Ensino Médio, a maioria esmagadora é impedida de entrar na universidade porque não existem vagas nas públicas e as privadas cobram mensalidades astronômicas.

Para tentar abafar as pressões por acesso à universidade, o governo cria programas que buscam construir a imagem de “democratização do acesso” como o Novo Enem, o Prouni, e a política de cotas raciais. Mas que, na realidade, esses programas não constroem nenhuma nova sala de aula, não criam praticamente nenhuma nova vaga!

Nossa luta é pelo fim do vestibular e de qualquer tipo de processo seletivo, que só pode acontecer de fato com a criação de vagas para todos nas universidades públicas!

Assim como no Ensino Fundamental e Médio, onde o orçamento público está sendo substituído por parcerias, nas universidades públicas uma série de contra-reformas buscam enquadrar a concepção de educação e substituir seu financiamento. Além de ir à contra-mão das reivindicações históricas do movimento estudantil, programas como Reuni, Reforma Universitária, Sinaes, Lei de Inovação Tecnológica, entre outros têm como conseqüência a privatização e a precarização do ensino.

O Estado é o Comitê Central da burguesia e é por isso que o dinheiro da educação está indo parar no bolso dos capitalistas. Como na recente decisão do Lula em desviar 1 Bilhão de reais para as faculdades privadas. Entre 2008 e 2009 já foram entregues 155 bilhões em juros da dívida pública e mais de 250 Bilhões para os capitalistas enfrentarem a crise. Não foi para isso que o povo trabalhador derrotou o PSDB nas últimas eleições presidenciais e reelegeu Lula contra as privatizações!

Lula deve romper a coalizão com a burguesia e fazer um novo governo agora com os trabalhadores e suas organizações, apoiado nas decisões populares.
Saímos do 12° ENJR mais fortes que antes e com toda disposição de ajudar a organizar a juventude em suas lutas no dia-dia. Nossa tarefa é estar em todos os piquetes, greves, ocupações, mobilizações e manifestações possíveis da juventude e dos trabalhadores, pois o nosso papel é fazer a ligação das necessidades mais sentidas dos jovens com a necessidade de enterrar o capitalismo no baú da história e construir o socialismo!

Sumaré - SP, 07de setembro de 2009

www.revolucao.org

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